Número 06, de 22 de maio de 2020.
O Boletim InForme-se Bem! disponibiliza informações apuradas e já publicadas sobre os diversos aspectos da pandemia, além de serviços e dados, com o objetivo de combater a desinformação e suas consequências no atual momento. O Boletim será publicado às terças e sextas-feiras, no site do IFMG Campus Ponte Nova. É elaborado pelos docentes e estudantes vinculados ao Projeto de Ensino "Entendendo a Desordem Informacional".
Mais informações aqui: Projeto InForme-seBEM (IFMG/PN)
Os vídeos listam dicas de como aumentar a imunidade com o consumo de determinados alimentos e vitaminas e raramente mencionam fontes oficiais ou recomendações das autoridades sanitárias.
O temível inimigo que obrigou bilhões de pessoas a se esconderem em suas casas é uma minúscula bolinha de 70 milionésimos de milímetro. O novo coronavírus, chamado pelos cientistas de SARS-CoV-2, é tão pequeno em comparação ao ser humano como uma galinha com relação a todo o planeta Terra. Esse é o grande adversário da humanidade.
Texto em circulação nas redes sociais engana ao afirmar que autópsias realizadas em Bérgamo, na Itália, teriam indicado que “o problema principal não era o coronavírus”, em referência à causa da morte dos pacientes por covid-19. A publicação diz também que “a cura já foi encontrada”. O conteúdo mistura informações verdadeiras com outras falsas ou sem sustentação científica para sugerir aos leitores que os óbitos estariam relacionados apenas com um distúrbio na circulação sanguínea, a ser tratado em casa. É falso.
Quem nunca entrou em uma discussão com um familiar ou um amigo por causa de alguma notícia falsa? Na era da informação sem filtros e de fake news, a desinformação também tem colaborado com o agravamento da pandemia de coronavírus. As motivações de quem diminui os riscos da Covid-19 podem ser as mais variadas – econômica, política, ou pura ignorância – mas elas acabam prejudicando não só quem acredita em tudo aquilo que é compartilhado pelas redes sociais.
Conduzido pelas pesquisadoras da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Claudia Galhardi e Maria Cecília de Souza Minayo, um recente estudo identificou as principais fake news relacionadas à Covid-19, recebidas pelo aplicativo Eu Fiscalizo, entre março e maio no país.
O novo coronavírus pode estar se propagando no Brasil muito mais rapidamente do que se projetava no começo do mês. Essa é uma das conclusões a que chega uma nota técnica assinada por sete pesquisadores brasileiros, sendo quatro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dois da Universidade de Brasília (UnB) e o professor Domingos Alves, do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
Dados de testes em pequena escala e em estágio inicial para uma vacina experimental para a Covid-19 da empresa Moderna não garantiram dados críticos necessários para que sua eficácia seja avaliada.
Um estudo recente sugeriu que o distanciamento físico recomendado de 2 metros entre indivíduos (para que aglomerações sejam evitadas no contexto corrente de disseminação da COVID-19) só é completamente seguro caso não haja nenhuma corrente de ar no local (considerando uma temperatura ambiente de 20 graus Celcius, uma umidade relativa do ar de 50%, uma pressão atmosférica de 1 atm e uma temperatura de superfície do solo em 15 graus Celsius). Surpreendentemente, com um aumento de velocidade dos ventos para apenas 4 km/h, as gotículas líquidas de saliva expelidas durante a tosse podem viajar por até 6 metros de distância da boca do indivíduo em um período de 5 segundos. (Tradução de Matheus Willian, graduando em biologia pela UFV)